Ok, devo me redimir. Sou uma fanática pela série James Bond e fui a primeira a torcer o nariz quando ouvi falar em Daniel Craig para o papel do charmozérrimo James Bond. Afinal, se já foi difícil substituir Sean Conery uma vez, quando se encontrou Pierce Brosnan, ficou complicado achar alguém que conseguisse aliar tanta beleza, charme e o sarcasmo deles.
Assisti o primeiro filme de Daniel Craig (Casino Royale) com minhas reticências, mas notando as diferenças nas características do novo James Bond. Mas ainda não dava para elogiar, ainda não tinha feito o luto de Pierce Brosnan.
Agora com Quantum of Solace, definitivamente vê-se um novo formato na concepção dos filmes de James Bond. E , honestamente, muito me agradou.
1) Esse é o primeiro filme em que noto uma sequência. Sem assistir Casino Royale, o telespectador pouco entenderia da trama desse novo episódio. O motivo de toda a trama de Quantum of Solace, mais do que mais uma missão de James (e esse era o formato da série, por isso você poderia assistir em qualquer ordem e qualquer momento que entenderia tudo), esse filme era uma missão de James Bond, com ele mesmo, com seus ideais, suas próprias neuroses.
2) James Bond já não é mais o queridinho da Inglaterra, e nem mesmo da M. O James Bond de Daniel Craig, funciona com sua própria cabeça e mais do que uma infraçãozinha charmosa como os demais James Bond faziam, ele é definitivamente um insubordinado. Chega a ser inclusive, dispensado e perseguido pelo próprio serviço secreto britânico nesse filme. Tratado como traidor e perigoso.
3) As bond girls, mudaram de estilo. Não são mais as garotas gostosinhas que se desmancham por James Bond, fazendo simplesmente figuração de corpinho. Perderam aquele glamour hollywoodiano de vestidos longos e jóias e entraram de cabeça no tênis, jeans e motivações políticas ou pessoais (vê-se esse formato desde a personagem anterior de Eva Green e continua na personagem de Olga Kurylenko nesse). Novos tempos, novas divas.
4) E James Bond, um neurótico. Mais do que somente a mudança de ator, o personagem de James Bond mudou. Ele deixou de ser o infalível, calculista, charmoso agente, que jamais sujava o terno, ou ganhava uma cicatriz, que nada abalava. Esse James Bond é visceral, agressivo, cheio de neuroses pessoais. Tem uma aparência externa de total descontrole dos impulsos, mas psicologicamente aparenta ser um homem mais reflexivo, envolvido com seus próprios sentimentos. Pessoalmente, a impressão que tenho é que esse novo James Bond é muito mais humano.
Olha, bato palmas, e tenho que me redimir.
Posso até não concordar com a revista People que o coloca entre os 15 homens mais sexys do mundo. Ele não faz o meu tipão. Mas em termos de personagem… esse James Bond é bem mais apaixonante…
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